O poder do perdão


Eu nunca havia odiado tanto alguém até ser traído por aquele que para mim era como um irmão. Alguém pelo qual eu fazia qualquer coisa para vê-lo bem e a pesar das nossas desavenças e da sua indiferença não conseguia deixar de quere-lo. Depois da traição todo o amor que sentia se transformou em um ódio tão forte a ponto de fazer-me querer vingança e ficar feliz por sua desgraça. Sempre que o via recordava do mal que me havia feito e ficava tomada pelo ódio.
Nas noites de véspera e natal eu sonhei com ele, os dois sonhos giravam em torno do perdão, mas em nenhum eu o perdoei e acordei atordoada, com o coração apertado. No dia seguinte comentei a uma amiga o ocorrido, ela me recomendou que rezasse e fizesse a oração do perdão. No mesmo instante o aperto voltou de forma tão forte a ponto de fazer-me ficar fraco, tonto, de coração acelerado e com uma vontade absurda de chorar. Deixei o que estava fazendo, me tranquei no quarto e rezei enquanto me esvaia em lágrimas. Era como se o pranto fosse todo o ódio saindo do meu ser. Então eu orei, e em meio a oração me peguei dizendo que o amava. Aos poucos o mal-estar foi passando e o sentimento ruim também. Agora quando me lembro do rosto dele, não enxergo apenas o mal que me fez, mas também que o perdoei e o amo apesar de tudo. 

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